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Deus e o diabo na terra do sol – Em busca de uma experiência total
“O difícil é ser total.”
Hélio Oiticica
Quando a Cia. Provisória surgiu, em 2008, na UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), tinha como horizonte de estudo e pesquisa cênica o teatro musical brasileiro e suas variáveis, já que era possível considerar, por exemplo, o Show Opinião (1964) como uma possibilidade de material prático desse estudo. Por fim, Calabar – o elogio da traição (1973), de Chico Buarque e Ruy Guerra, foi a peça escolhida para o início dos trabalhos.
Depois de seis meses de ensaios, aulas de canto, preparação vocal e corporal, Calabar estreou, e foi muito bem recebida pelo público e pela crítica, voltando a atenção da academia para o estudo do musical (que já vinha despertando o interesse dos discentes) e, sobretudo, pelo resultado da encenação que devolvia o teatro ao gênero, colocando a música como recurso da linguagem em vez de motivo para a cena, e se aproximando, como gênero, mais do épico do que do próprio musical.
O trabalho de ir e vir
Em cartaz na 9º Mostra Prática da UniRio, Sísifo, sob direção da aluna-diretora Diana de Hollanda, contém o caráter de performance muito discutido e experimentado nesta universidade. É comum vermos alunos experimentando a atuação performática em seus exercícios cênicos pelo campus, com instalações que de certa forma ganham um caráter de cenografia no espaço, intervindo de maneira direta, para além dos palcos e salas. Esse trabalho faz a atualização dos acontecimentos cotidianos no tempo específico do teatro, o aqui e agora, substitui personagens dramaturgicamente “bem construídos” por performers, não separa espectador da cena.